quarta-feira, 13 de setembro de 2006

mundo e mundo

o planeta terra não é o mais indicado lugar para se morar. no entanto, diferentemente do pequeno príncipe, não podemos ir para outros lugares. se pudessemos, porém, não seria indicado fazê-lo em grupos, pois só mudariamos o endereço do caos. e se fossemos sozinhos, ficariamos perto demais de nós mesmo, o que talvez seja pior ainda.
o bicho que mora no ventre do homem é sinistro e engraçado e a vida é um fenômeno cujo sentido, se analisarmos com frieza, não chega a convencer nem ao mais conformado campones, a permanecer obstinado em sua jornada carnal. aliás a carne é um dos principais empecilhos que enfrentamos enquanto vivos e eu fico imaginando se no mundo das almas, considerando que as almas perambulem pelaí, não existem organizações religiosas que rezam pelo desapego espiritual em troca de uma "vida" de prazeres quando nascerem.
a capacidade de rir é que torna o ser humano uma criatura ímpar. essa caracteristica deu a ele a capacidade de se tornar o mais sentimental e o mais perverso dos habitantes terrestres...
continuo isso depois

domingo, 10 de setembro de 2006

Jan Van Eyck



Este é o quadro "O Casal Arnolfini", de Van Eyck, pintado lá pelos idos de 1400 e tantos. Impressionante pela riqueza e precisão dos detalhes, que aliás é marca do autor.
O interessante é que Van Eyck desprezava a geometria quando traçava suas perspectivas, o que dá uma sensação um tanto desconfortável na contemplação dos seus quadros.
Observem a cama d´O Casal Arnolfini. É torta, como se o piso fosse deitado.
Por outro lado observem o lustre. É impecável, mesmo exigindo um trabalho de sombras e sobreposições dos braços muito mais complexo que a perspectiva da cama.

Nesse quadro Van Eyck brincou também com o espectador, pois pintou a si dentro do "espelhinho", segurando a aquerela, e ainda escreveu na "parede" da sala: Van Eick esteve aqui em 1400 e alguma coisa (acho que é 72)...
É bonito prestar atenção também na felicidade do casal, que é monótona, fria, ou simplesmente triste.